Lendo os Evangelhos com cuidado, percebemos logo que a vida de oração de Jesus era muito intensa. Dos quatro, o Evangelho de São Lucas é certamente o que concentra maior atenção na oração que o Senhor fez.
O Evangelho de São Lucas destaca a ação do Espírito Santo e o sentido da oração no ministério de Cristo. [1]
Em momentos decisivos de Sua missão, Jesus recolheu-se para rezar. Assim, por exemplo, rezou antes da escolha dos Doze, durante o Batismo no Jordão e depois do milagre da multiplicação dos pães. A importância que Ele deu à oração era muito grande.
Lucas com frequência retrata Jesus rezando durante momentos significativos de sua vida. [2]
Mas por que será que Jesus rezava tanto? Essa é uma pergunta fundamental para nós, que somos a Sua Igreja. Queremos viver como Ele viveu, em tudo. É por isso que nesse artigo nós vamos meditar a oração de Jesus. Primeiro, veremos um pouco do que foi revelado sobre a oração do Senhor. Depois, vamos aprender como a nossa oração se vincula à de Jesus. Em seguida, veremos que rezamos sempre no mistério da Igreja. Por fim, deixaremos um convite muito bonito.
A Oração de Jesus
A história da humanidade se divide em dois grandes momentos. Antes da vinda de Jesus, esperava-se por Ele. Depois da Sua vinda, iniciou um tempo novo que se encerrará com o retorno de Jesus na glória.
Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei. (Gl 4,4)
Nós vivemos na plenitude dos tempos. Essa verdade implica muitas coisas. Para a nossa meditação de hoje, vamos nos concentrar em apenas um de seus aspectos. Jesus é o próprio Deus encarnado que, fazendo-se homem como nós, reza entre nós.
É certo que Jesus rezou, não como Deus, mas como homem, pois a oração é uma elevação da alma a Deus e a expressão de um desejo que lhe pedimos para atender. [3]
É importante observarmos que, no Novo Testamento, encontramos registrados dois pedidos de Jesus em Sua intercessão ao Pai pelas necessidades da Igreja. Ele pediu para que a Igreja se mantivesse unida e que chegasse ao Céu.
Jesus pede para a sua Igreja duas coisas: a unidade neste mundo e a visão da glória no céu. [4]
Que lição extraordinária! No Coração de Jesus, encontramos o sentido da oração. O Verbo de Deus feito homem rezou entre nós para que nós pudéssemos aprender a rezar. Ser Igreja é uma graça tão grande que nem sempre temos consciência do tesouro que recebemos.
Jesus quer que nós sejamos os membros do seu corpo místico e que, depois de ter participado aqui na terra de sua vida escondida e, em certa medida, de sua vida dolorosa, participemos de sua vida gloriosa no céu.
Neste ponto, cada um deve se perguntar. Será que rezo pela Igreja? Peço que Ela se mantenha unida em todo mundo, sem divisões? Peço que todos alcancem o Paraíso? São pedidos que podemos aprender do Sagrado Coração de Jesus.
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A Nossa Oração
O fundamento da nossa vida de oração é a intimidade de vida com o Senhor Jesus. Nele, falamos ao Pai no Espírito Santo. Trata-se de um diálogo de amor com o Deus Uno e Trino. Para alguns, pode parecer muito teórico. Contudo, essa é uma verdade concreta que nós experimentamos pela fé.
O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus mesmo. [5]
A Igreja aprendeu a rezar com Jesus.Vendo o Senhor em oração, os Apóstolos deram-se conta de que não sabiam como rezar. Pediram, então, que Ele os introduzisse na vida de oração. Foi nesse contexto que o Senhor lhes ensinou o Pai-Nosso, que é mais que uma fórmula de oração; é um convite de amor.
Certo dia, Jesus orava; ao vê-lo orar, os discípulos que estão em torno dele descobrem, pela primeira vez, o que é oração, dão-se conta de que eles na realidade nunca rezaram e dizem: Senhor, ensina-nos a rezar (Lc 11, 1). [6]
É importante observar que esse momento de oração não foi um ato isolado na vida de Jesus. Ele viveu o ritmo de oração do seu povo, como também viveu uma vida de intensa oração pessoal.
A oração foi uma espécie de pano de fundo ininterrupto, como o contexto contínuo da vida de Jesus, no qual todo mais está mergulhado. [7]
Mas como é que Jesus vivia imerso em oração? Ele teve que trabalhar como carpinteiro e, depois, pregar o Evangelho de cidade em cidade. É que, além dos momentos de oração pessoal e comunitária, a oração pode continuar por meio do desejo. Se o coração estiver voltado para Deus, tudo o que for feito será oração.
“Rezar incessantemente (cf. Lc 18, 1; 1Ts 5, 17) - escreve Agostinho - não significa estar continuamente de joelhos ou com os braços estendidos. Existe outra oração, aquela interior, e é o teu desejo. Se o teu desejo for contínuo, será contínua também a tua oração. [8]
Podemos e devemos oferecer tudo que experimentamos, inclusive contrariedades, a Deus. Desse modo, a vida humana adquire uma grande dignidade. Em tudo, preocupamo-nos em fazer a vontade do Pai.
A oração de fé não consiste apenas em dizer “Senhor, Senhor”, mas em levar o coração a fazer a vontade do Pai. Jesus convida os discípulos a terem, na oração, a preocupação de cooperarem com o plano divino. [9]
Os Nossos Amigos
A vida de oração é um desafio para toda a vida. Fazemos orações pessoais e litúrgicas. Recebemos os sacramentos e levamos a oração para o dia a dia. Mas a nossa caminhada não é individualista. Nós somos um só corpo.
A comparação da igreja com o corpo projeta uma luz sobre os laços íntimos entre a Igreja e Cristo. Ela não é somente congregada em torno dele; é unificada nele, em seu corpo. [10]
Cristo unifica a Sua única Igreja, da Terra ao Céu. Estamos unidos não só aos fiéis da Terra, mas também àqueles que já estão no Céu. Estes são os santos! Eles já chegaram ao Céu e, de lá, intercedem para que possamos um dia participar com eles da sua alegria.
Eu vi, então, os sete anjos que estão diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas. E veio outro anjo, que se colocou perto do altar, com um turíbulo de ouro. Foi-lhe dado muito incenso, para ser oferecido com as orações de todos os santos, no altar de ouro que está diante do trono. E a mão do anjo subia até Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos. (Ap 8, 2-4)
Algumas pessoas têm dificuldade de recorrer aos santos. Elas pensam que, pedindo-lhes oração, deixariam Jesus de lado. Mas é o contrário! Pedir a intercessão dos santos é reconhecer que somos um só corpo em Cristo! Ele é a Cabeça da Igreja (Ef 1, 22-23).
É certo que a Virgem e os santos no Céu pedem por nós; ao rezar ladainhas, nós lhes pedimos para interceder em nosso favor. [11]
Não tenha receio de contar com a intercessão dos santos. Faz parte do plano de Deus! Eles nos acompanham ao longo da vida, por vontade e bondade de Deus.
Um Combate à Vista
A oração é um grande mistério. Nela, nós temos a oportunidade de colaborarmos com o plano de Deus para a humanidade. É importante tomarmos maior consciência do valor que o tempo de oração tem para nós.
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Que a Virgem Santíssima interceda por nós!
Referências
[1] Catecismo da Igreja Católica, 2600.
[2] Scott Hahn & Curtis Mitch. O Evangelho de São Lucas: Cadernos de Estudo Bíblico. Campinas, SP: Ecclesiae, 2015. p. 46.
[3] Garrigou-Lagrange. O Salvador e Seu Amor por Nós. São Paulo: Cultor de Livros, 2021. p. 286.
[4] Ibid, p. 289.
[5] Catecismo da Igreja Católica, 234.
[6] Cardeal Raniero Cantalamessa. O Espírito Santo na Vida de Jesus. São Paulo: Edições Loyola, 2015 (9ª edição). p. 48.
[7] Ibid, p. 49.
[8] Ibid, p. 53.
[9] Catecismo da Igreja Católica, 2611.
[10] Catecismo da Igreja Católica, 789.
[11] Garrigou-Lagrange. O Salvador e Seu Amor por Nós. São Paulo: Cultor de Livros, 2021. p. 291.