O Nome de Maria, Mãe de Jesus, ocupa um lugar singular na devoção da Igreja, sendo uma fonte de veneração e inspiração espiritual ao longo dos séculos. Na tradição bíblica, o nome carrega um peso simbólico, transcendendo sua mera função de identificação e representando a essência, missão e destino de quem o recebe.
O Nome de Maria, assim como o de outros personagens bíblicos, diz respeito não apenas a sua pessoa, mas ao desígnio de Deus para ela, sendo, portanto, um canal de graças para toda a Igreja.
Neste artigo, vamos explorar a importância do Nome de Maria, sua devoção ao longo da história, seu poder espiritual, e como o próprio Deus se rejubila por ela.
A importância de um nome na tradição bíblica
Nos tempos bíblicos, dar um nome a alguém era um ato de grande significado, pois revelava a identidade e a missão da pessoa. Um nome era mais do que um simples vocativo; ele expressava o caráter, o propósito e a relação entre o nomeado e aquele que dava o nome.
Na Bíblia, vemos diversas situações em que Deus muda o nome de alguém para designar uma nova missão ou uma nova aliança. Por exemplo, Abrão foi renomeado para Abraão (Gênesis 17, 5), sinalizando sua nova identidade como “pai de uma multidão de nações”. Simão foi chamado de Pedro por Jesus (São Mateus 16, 18), demonstrando que ele seria a “pedra” sobre a qual a Igreja seria edificada. Jacó, após lutar com Deus, foi renomeado Israel (Gênesis 32, 28), simbolizando seu papel como fundador de uma nação.
Esse poder de nomear ou renomear era, muitas vezes, um gesto de autoridade. Quem nomeava detinha poder sobre aquele que recebia o nome, e, no caso de Deus, esse poder refletia Sua soberania e amor, conferindo uma missão especial aos escolhidos.
Desde sua Imaculada Conceição e ao receber seu Nome, Maria foi escolhida para uma missão única na obra da salvação, uma missão que se revelaria como o papel mais importante de todos os tempos: ser a Mãe de Deus.
Um Nome que contém significado e virtudes
Segundo estudiosos do Antigo Testamento, o Nome Maria tem origem no hebraico “Myriam”, cujo significado pode ser interpretado como “senhora soberana” ou “amada por Deus”. No entanto, há também outras correntes historiográficas que sugerem a origem do nome em derivações de diferentes línguas antigas, como o sânscrito ou o egípcio, onde “Maria” representa conceitos como “pureza”, “virtude”, “a forte” ou até mesmo “estrela do mar”.
Independentemente da origem e do significado exato, uma coisa é certa: Maria é um nome escolhido e dado por Deus, um nome grandioso e que contém virtudes... nada mais apropriado àquela que seria a Mãe do Salvador.
As virtudes da Virgem Maria são o reflexo mais puro da graça de Deus operando na humanidade. Assim, quando pronunciamos seu Santíssimo Nome, exaltamos não apenas a pessoa de Maria, mas todas as virtudes que ela viveu de maneira exemplar.
Sua humildade diante do anúncio do Anjo, sua total confiança na Providência Divina e sua perfeita obediência ao plano de Deus tornam-se evidentes a cada vez que seu Nome é invocado. Ao dizermos “Maria”, estamos louvando sua fé inabalável, sua pureza imaculada e seu amor ardente por Deus, virtudes que a tornam o modelo supremo de santidade.
Assim, seu Nome se torna um resumo dessas qualidades, convidando-nos a imitá-las em nossa vida cotidiana.
O significado sobrenatural do Nome de Maria
O Arcanjo Gabriel, enviado por Deus, se aproximou de Maria com uma saudação que mudaria para sempre a história da humanidade. Em um gesto de profunda veneração e admiração, ele “trocou”, num primeiro momento, o Nome de Maria por “Cheia de Graça” ou “Toda Agraciada”, a depender da tradução bíblica.
Este título não foi dado ao acaso. A “cheia de Graça” traduz a singularidade de sua alma imaculada e o plano de Deus que a envolvia. Maria, a humilde jovem de Nazaré, foi exaltada pelo grandioso Arcanjo do Senhor, que reconhecia nela uma plenitude espiritual incomparável, uma presença da graça que Deus derramava sobre ela de maneira inigualável dentre todas as criaturas, angélicas e humanas.
Ao chamá-la de “Cheia de Graça”, o arcanjo Gabriel expressava a honra que Maria possuía diante de Deus, sendo ela o vaso escolhido para o maior mistério da fé: a Encarnação. A expressão “agraciada” indicava a perfeição do amor divino operando em sua vida, preparando-a, desde a sua concepção no ventre de Sant’Ana, para ser a Mãe do Salvador.
Podemos compreender, então, que “Cheia de Graça” é a expressão que melhor define o significado do Nome de Maria aos olhos de Deus. Com isso em mente, fica claro que a saudação do Arcanjo Gabriel não foi uma mera formalidade, mas um reconhecimento da eleição de Maria da parte de Deus. Gabriel, em sua pureza angelical, viu nela a plenitude da graça de Deus, confirmando sua dignidade única como a mais merecedora dessa honraria.
O rejubilo de Deus pelo Nome de Maria
Deus se rejubila com o Nome de Maria, pois nela encontra o cumprimento perfeito de Sua vontade. Maria é o modelo de total submissão à vontade Divina, e seu nome evoca essa perfeição de entrega.
Ao invocarmos o Nome de Maria, trazemos alegria ao Senhor, pois esse Santíssimo Nome nos conduz a buscar e realizar a vontade de Deus em nossas vidas. Maria, como a mais perfeita criatura e nossa Mãe, nos educa rumo ao cumprimento dos desígnios divinos. Ao meditar sobre seu Nome, somos chamados a imitar sua fé, humildade e obediência, descobrindo nela o caminho humano para alcançar a união plena com o Pai, através de Cristo. Nada mais agrada a Deus do que isso!
A devoção ao Nome de Maria
A devoção ao Nome de Maria começou a se espalhar já nos primeiros séculos do Cristianismo, quando a Igreja, ao refletir sobre a vida de Jesus, começou a perceber a importância especial de Sua mãe na obra da salvação.
Ao longo dos séculos, muitos santos e teólogos meditaram sobre o Nome de Maria, reconhecendo-o como uma fonte de consolo e esperança para os cristãos. Esse Nome, portanto, não é apenas uma designação, mas um instrumento espiritual que nos conduz a uma relação mais íntima com Cristo.
Alguns pensamentos de grandes santos e devotos a respeito do Nome de Maria:
São Germano: “Ó Senhora minha, só pela invocação do vosso nome segurais os vossos servos de todos os assaltos do inimigo”
São Bernardo de Claraval: “Ó excelsa, ó bondosa e veneranda Virgem Maria! Como é vosso nome tão cheio de doçura e de amabilidade! Ninguém o pode proferir, sem que se veja abrasado de amor para com Deus e para convosco. Perpasse ele pela mente dos que vos amam, e eis o quanto basta para consolá-los e incitá-los a vos amarem cada vez mais”
Ricardo de São Lourenço: “As riquezas consolam os pobres porque os aliviam de suas misérias, porém, sem comparação, mais nos consola vosso nome, ó Maria, e muito mais alivia das angústias desta vida, do que todas as riquezas da terra”
São Boaventura: “Ninguém pode proferir o nome de Maria devotamente sem dele tirar algum fruto”
Raimundo Jordão, Abade de Celes: “Por mais endurecido e frouxo que esteja um coração, se chega a invocar-vos, ó benigníssima Virgem, milagrosamente desaparece a sua dureza. Tão grande é a graça do vosso nome! Sois vós quem infunde a esperança do perdão e da graça”
Santo Ambrósio: “Vosso nome é um bálsamo oloroso a exalar o perfume da divina graça. Desça ao íntimo de minha alma esse perfumoso bálsamo! E quer dizer: Ó Senhora, fazei com que recordemos frequentemente de vos invocar com amor e confiança; pois invocar-vos assim, ou é sinal de possuir a graça de Deus, ou de recuperá-la brevemente”
Ludolfo de Saxônia: “Sim, a lembrança de vosso nome, ó Maria, consola os aflitos, reconduz os transviados para as sendas da salvação e livra os pecadores do desespero”
Pelbarto: “Como Jesus Cristo, com suas chagas, deu ao mundo o remédio de seus males, também Maria, com seu santíssimo nome, que é composto de cinco letras, alcança todos os dias o perdão para os pecadores. Razão é essa de o santo nome de Maria ser comparado ao óleo, nos Sagrados Cânticos”
Alano de Lille: “O óleo cura os enfermos, exala perfume e alimenta a chama. Também o nome de Maria cura os pecadores, perfuma o coração e inflama no amor divino”.
A Festa Litúrgica do Santíssimo Nome de Maria
A festa litúrgica do Santíssimo Nome de Maria, de origem devocional, foi instituída na Espanha em 1513 e estendida, em 1683, a toda a Igreja por decreto do Papa Inocêncio XI, após a vitória das forças cristãs sobre os turcos na Batalha de Viena.
A data escolhida foi o dia 12 de setembro, como um agradecimento pela intercessão de Maria, que foi invocada pelos fiéis em um momento crítico da história europeia. A vitória foi atribuída à proteção da Mãe de Deus, e, desde então, o Nome de Maria passou a ser celebrado anualmente nessa data, como um símbolo de sua proteção contínua e sua ajuda nos momentos de necessidade.
O poder do Nome de Maria contra Satanás
É atestado pela Igreja de todos os séculos, o poder extraordinário do Nome de Maria contra as forças do mal. Exorcistas e teólogos têm apontado que os demônios, em sessões de exorcismo, não pronunciam o Nome de Maria, referindo-se a ela de forma indireta, como “ela”, “essa” ou “aquela”.
Esse fato demonstra a força espiritual associada ao Nome da Virgem, que, por sua pureza e submissão total a Deus, é o justo oposto de Satanás e, por isso, é detestada pelos espíritos malignos. São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu famoso Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, escreve:
“Lá onde está Maria, não pode estar o espírito maligno. Um dos sinais infalíveis de que uma alma é conduzida pelo bom espírito é que possua uma grande Devoção a Maria, e que pense e fale nela. É esta a opinião dum santo, que acrescenta que assim como a respiração é um sinal certo de que o corpo não está morto, assim o pensamento frequente e a amorosa invocação de Maria é a prova de que a alma não está morta pelo pecado” [1]
Ao pronunciarmos o nome de alguém em um contexto de luta espiritual, estamos invocando a própria presença dessa pessoa para nos auxiliar. O nome carrega a essência da pessoa, e ao clamarmos por Maria, é como se pedíssemos que sua presença se torne ativa em nosso enfrentamento, trazendo sua graça, auxílio e proteção.
A devoção ao Nome de Maria, portanto, é não somente uma fonte de consolo e inspiração, mas também uma arma espiritual poderosíssima. Além dos exorcistas, muitos santos e fiéis ao longo dos séculos experimentaram o poder de sua intercessão ao simplesmente pronunciar seu Nome em momentos de perigo, tentação ou libertação espiritual.
A força da Ave-Maria e das orações marianas
A oração da Ave-Maria carrega um poder espiritual contra Satanás e seus demônios. Ao repetir as palavras que marcaram o início da Encarnação de Deus, “Ave Maria, cheia de graça. O Senhor é convosco...”, nós nos conectamos diretamente ao instante que foi o início da derrota de satanás. Nesse momento, o maligno, que até então dominava o mundo pelo pecado, começou a perder seu poder no momento em que a Palavra Eterna assumiu a carne. Assim, invocar o Nome de Maria na oração é relembrar o início da vitória de Deus sobre o mal.
O ventre da Santíssima Virgem tornou-se o local onde o Sol da vitória contra o maligno se deu na terra. A simples menção do Nome de Maria evoca esse triunfo Divino, pois foi ali, em seu corpo imaculado, que Deus iniciou a redenção do mundo.
Satanás, que outrora acreditava que a humanidade estava perdida, começou a ser derrotado a partir do momento da Encarnação, quando o Filho de Deus habitou em Maria. Portanto, a invocação do Nome de Maria, especialmente na saudação angélica, lembra a Satanás da derrota que se deu no ventre puríssimo da Virgem, e por isso a Ave-Maria tem um poder especial de proteção e vitória contra o mal.
A força espiritual das devoções marianas, como o Santo Terço, o Angelus, o Ofício da Imaculada Conceição, a Ladainha de Nossa Senhora, entre outras, reside justamente nesse contexto de vitória. Cada vez que rezamos essas orações, revivemos a impotência de satanás em relação à obra redentora de Deus e, consequentemente, à santidade de Maria.
Essas orações são armas espirituais poderosas porque nos inserem e nos fazem participar da Redenção. Assim, toda vez que invocamos Maria, especialmente em suas orações tradicionais, relembramos e perpetuamos a vitória Divina que começou no ventre da Imaculada.
O Nome de Maria traduz o “escudo da fé”
A fé é fundamental para a nossa salvação. Disse o Senhor: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16, 16). Portanto, há uma luta espiritual sendo travada em cada alma. Deus, pela fé, quer nos salvar; e Satanás, pelo pecado, quer nossa perdição.
Sabendo disso, as duas colunas da Igreja, São Pedro e São Paulo, nos falaram sobre a essencialidade da fé com combate espiritual. São Paulo nos instrui a vestir a “armadura de Deus” para resistir aos ataques do maligno, destacando a importância da fé como um escudo no combate espiritual:
“Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, portanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus” (Ef 6, 10-17).
São Pedro, por sua vez, adverte os cristãos a estarem vigilantes contra as ciladas do demônio, ressaltando que a resistência ao mal se dá pela firmeza da fé:
“Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar. Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós” (1 Pd 5, 8-9).
Ao pronunciarmos com devoção o Nome de Maria, reconhecemos também sua perseverança na fé, desde a Anunciação até o Calvário, e depois após a Ascensão do Senhor. “Bem-aventurada aquela que acreditou” (Lc 1, 45), disse Santa Isabel a Maria. Sua paciência, sua fortaleza em momentos de dor e sua profunda caridade se manifestam cada vez que a chamamos pelo Nome.
Esse simples ato de invocação carrega em si um convite para o aprofundamento da nossa fé, para que possamos viver com a mesma entrega total ao Senhor, confiando plenamente em sua vontade, assim como Maria fez.
A exaltação do Nome de Maria: um ato de amor a Deus
Exaltar o Nome de Maria é, em última instância, enaltecer tudo o que Deus fez por ela. Cada uma de suas virtudes é fruto da Graça Divina, que encontrou em Maria um coração adorador e plenamente disposto a colaborar com o plano da salvação.
Ao honrarmos o Nome da Mãe de Deus, glorificamos também a ação de Deus em sua vida: desde sua Imaculada Conceição, preservada do pecado original, até sua Assunção aos Céus, de corpo e alma, como recompensa por sua fidelidade. Cada vez que louvamos Maria, estamos reconhecendo as maravilhas que o Senhor realizou nela, engrandecendo assim o próprio Deus.
Como já falado, invocar o Nome de Maria é celebrar o mistério da redenção que começou com seu Fiat ao plano de Deus. Ao exaltar seu Nome, honramos a misericórdia e o poder da Santíssima Trindade, que a escolheu e preparou para ser a Mãe do Salvador.
Em Maria, Deus demonstrou sua predileção por aqueles que são pequenos e humildes, elevando-a à mais alta dignidade entre todas as criaturas. Portanto, ao pronunciar seu Nome com reverência e amor, estamos, na verdade, glorificando a ação de Deus em sua vida e reconhecendo que todas as graças e dons que ela recebeu provêm do Senhor.
Sem dúvida alguma, o Nome de Maria é um verdadeiro tesouro espiritual para a Igreja e para todos os cristãos. Desde o significado de seu Nome até o poder que ele exerce sobre os espíritos malignos, o Nome de Maria é um instrumento de Deus para a salvação da humanidade. Ao invocá-lo, somos convidados a imitar suas virtudes e a confiar em sua intercessão, sabendo que o próprio Deus se rejubila por ela.
Para maior honra e glória de Deus, rezemos sempre: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.
Pensa em Maria, invoca Maria
Ao celebrarmos este dia tão especial, concluamos nos alimentando espiritualmente desta belíssima homilia de São Bernardo: [2]
Em todos os momentos, pensa em Maria e invoca Maria
O nome da Virgem era Maria, diz o evangelista. Falemos um pouco a propósito deste nome, que para alguns significa “estrela do mar” e se adapta perfeitamente à Virgem Mãe. De fato, ela é comparada muito apropriadamente a uma estrela. Assim como o astro emite os seus raios de luz sem corromper-se, também a Virgem deu à luz o seu Filho sem sofrer dano algum. Nem o raio luminoso diminuiu a claridade da estrela, nem o Filho alterou a integridade da Virgem. Ela é a nobre estrela nascida de Jacó, cuja irradiação ilumina todo o universo, cujo esplendor brilha nos céus e penetra nos abismos, resplandece na terra e aquece as almas mais que os corpos, fomenta as virtudes e queima os vícios. Ela é a estrela brilhante e magnifica que nada impede de se elevar sobre este mar vasto e imenso, refulgente nos seus méritos e iluminando pelos seus exemplos.
Tu que te vês, nas flutuações deste mundo, agitado no meio das tempestades em vez de caminhar sobre terra firme, não afastes os olhos do brilho desta estrela, se não queres naufragar nas tormentas. Se se levantam os ventos das tentações, se te precipitas nos recifes das tribulações, olha para a estrela, invoca Maria. Se és sacudido pelas vagas do orgulho ou da ambição ou da maledicência ou da inveja, olha para a estrela, invoca Maria. Se a ira ou a avareza ou os atrativos da carne sacodem a barquinha da tua mente, olha para Maria. Se, perturbado pela enormidade dos teus pecados, confundido pela imundície da tua consciência, aterrorizado pelo horror do julgamento, começas a ser absorvido pelo abismo da tristeza, pelo precipício do desespero, pensa em Maria.
Nos perigos, nas angustias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Não esteja o seu nome ausente da tua boca, não esteja ausente do teu coração. E para obter o socorro das suas orações, não te separes do exemplo da sua vida. Se a segues, não te extraviarás; se a invocas, não desesperarás; se pensas nela, não errarás. Sob a sua proteção, não terás medo; sob a sua direção, não te cansarás; sob o seu amparo, alcançarás a meta. E assim experimentarás em ti mesmo como é verdadeira esta palavra: E o nome da Virgem era Maria.
Referências:
[1] Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, nº 166, pág. 119-120. Ed. Primeira Edição Popular do Serviço de Animação Eucarística Mariana.
[2] Das Homilias de São Bernardo, abade, em louvor da Virgem Mãe (Hom. 2, 17, 1-33: SC 390, 1993, 168-170). Séc. XII.